Revista Fotoptica Nº 40 - 1970 Biblioteca de Fotografia do IMS - Coleção Thomaz Farkas
ção, da sensibilidade e da co m preensão, a fotografia nada repre senta. É preciso que todas essas faculdades estejam intimamente do minadas para que a captação de um quadro raro se torne um autên tico prazer físico Finalmente, Cartier-Bresson dá sua receita, a filosofia de vida que seguiu durante mais de 40 anos co mo fotógrafo profissional, fixando flagrantes da vida, como uma teste munha fotográfica de seu tempo: — Embora pareça simples, o ato de fotografar exige um poder de concentração combinado ao entusiasmo mental e à disciplina. Somente através de uma rígida eco nomia de meios pode-se alcançar simplicidade de expressão. O fotó grafo deve demonstrar sempre o maior respeito para com o objeto de seu trabalho e manter-se fiel ao seu ponto de vista. Tal é a minha atitude pessoal que faz com que eu tenha acentuado preconceito con tra “ fotos arranjadas ” e ambientes elaborados. Henri Cartier-Bresson nasceu em Chanteloup (França) em 1908 e desde a sua infância interessou-se pela pintura e pela fotografia. Co meçando aos 20 anos, frequentou por dois anos o ateliê do pintor André Lhote e logo depois estêve um ano em Cambridge, estudando pintura e literatura. As suas foto grafias foram exibidas pela primei ra vez na Galeria Julien Levy, em 1933, e incluídas no importante estudo histórico de Beaumont New hall, do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, em 1937. Nos últimos anos da década de trinta trabalhou em cinema com Jean Re ► noir. Capturado pelos nazistas em 1940, escapou em 1943, participan pando da Resistência Francesa co mo fotógrafo. A primeira exposi ção individual num museu foi no MAM de Nova Iorque, em 1947, e foi acompanhada da primeira mo nografia sôbre a sua obra. Nesse mesmo tempo tornou-se um dos membros fundadores da Coopera tiva de fotógrafos “ Magnum ” . 17
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