Revista Fotoptica Nº 41 - 1970 Biblioteca de Fotografia do IMS - Coleção Thomaz Farkas

FOTOGRAFIA A CÂMARA NÃO É MAIS UMA COISA QUE JÁ VEM PRONTA. CADA UM PODE CONSTRUIR A SUA. N a minha opinião, hoje em dia não existem máquinas — acima de um certo preço — que não funcionem bem tècnicamente. Em geral, o padrão das lentes é alto e existem várias marcas de máquinas que se equivalem em têrmos de qua ­ lidade: Nikon, Contarex-Super, Leica, Canon, Pentax, Alpa, entre outras. A controvérsia do tipo “ minha Ni ­ kon é melhor do que a sua Canon e tira fotos melhoras ” , por exemplo, é pura bobagem ao nível do trabalho profissional. As possibilidades de um profissional sempre poder fazer foto ­ grafias com uma máquina de deter ­ minado padrão são quase totais. Por isso, o problema maior mesmo é achar a máquina e os complementos que se adaptem às finalidades particulares de cada trabalho. Há poucos anos era costume usar várias máquinas diferentes para fi ­ nalidades diferentes. Usava-se a 10 x 12 para anúncios, a 6 x 6 para mo ­ das, a 35mm para documentação etc. Com o correr do tempo, no entanto, ficou demonstrada a superioridade da máquina de formato pequeno (35 e 6 x 6), ao mesmo tempo em que se começou a pensar em usar uma má ­ quina para tudo, ao invés de uma máquina para cada finalidade dife ­ rente. Isso deu origem à fase dos “ siste ­ mas modulares ” . Nos sistemas modulares, a máqui ­ na fotográfica, reduzida ao essencial, está dividida em três peças básicas: um transportador de filme (comu ­ mente chamado corpo da máquina); uma lente; e um dispositivo de com ­ por e focalizar a fotografia (comu ­ ARTIGO E FOTOS mente chamado de visor). A estas três partes acrescenta-se hoje em dia uma quarta que é “ o dispositivo de de ­ terminar a exposição da foto ” (comu ­ mente chamado de fotometro acopla ­ do). É desta maneira que a máquina de fazer fotografia deve ser vista e não mais como no passado — um blo ­ co indivisível ao qual se dava o no ­ me de máquina fotográfica, isto é, um conjunto de peças combinadas e amol ­ dadas pela fábrica para sempre, que não se devia alterar, ou cuja idéia de separar em partes nem ocorria ao seu possuidor. A máquina de fazer fotografias hoje é vista como um sistema, ou me ­ lhor, um conjunto de peças intercam ­ biáveis que podem ser combinadas de uma infinidade de maneiras. Lem ­ brando-se, porém, que as várias par ­ tes do sistema não são “ máquinas ” no sentido exato do têrmo, isto é, auto- suficientes para a execução de um tra ­ balho fotográfico. Elas devem se unir, compor um conjunto, transformar-se num sistema e, aí sim, serão definidas como máquina-de-fazer-fotografias A máquina, conforme já vimos, está dividida em quatro partes, qua ­ tro módulos, que se combinam de in ­ finitas maneiras (não se deve esque ­ cer, também, que estas idéias são re ­ lativamente novas no Brasil, pois já vêm sendo difundidas há pelo me ­ nos 10 anos nos países onde a foto ­ grafia — tanto do ponto de vista tec ­ nológico e industrial como do pon ­ to de vista de utilização de fotos — está mais adiantada). A abordagem “ sistema ” envolve mais do que os mecanismos em si. As velhas câmeras eram, e muitas vêzes DE GEORGE LOVE 29

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