Revista Fotoptica Nº 41 - 1970 Biblioteca de Fotografia do IMS - Coleção Thomaz Farkas

A M ÁQUINA-DE-FAZER-FOTOGRAFIA continuação ainda são, baseadas numa função de “ recordação e gravação de dados ” através de uma fotografia. Isto é, a máquina entrava em vários lugares e em cada um gravava uma “ recorda ­ ção dos acontecimentos ” . Isto exigiu um mecanismo muito forte e durável e de preferência de simples operação. E, se possível, leve em pêso e pequeno em tamanho. O ponto alto era uma mecânica de alta precisão e grande força. E as câmaras auropéias basea ­ das nessas idéias estão entre as mais fortes e precisas do mundo. Acon ­ tece que ao fim da 2. a Guerra Mundial, surgiu um movimento que buscava uma fotografia mais ilustra ­ tiva, onde o fotógrafo tinha que ‘ criar ” a fotografia e não simplesmen ­ te “ ver ” um acontecimento. Isso de ­ sencadeou uma série de idéias relati ­ vas à mecânica e à ótica para máqui ­ nas que podiam criar uma grande va ­ riedade de efeitos e resolver uma grande variedade de problemas. Os japonêses, a partir do princípio da máquina reflex (inventada pelos europeus, mas não muito usada pois êles a achavam complicada, pesada e de difícil operação) desenvolveram idéias técnicas que vêm até hoje e do qual o sistema Nikon é o exemplo mais representativo. A máquina é mais pesada e complicada do que as antigas máquinas européias, mas de uma flexibilidade enorme e com um sem número de possibilidades. A qua ­ lidade, de outra parte, é geralmente excelente e o serviço do profissional — o que é mais importante — é ex ­ tremamente facilitado. O sistema de lentes intercambiá ­ veis não é nôvo como possibilidade de avanço técnico. A Leica em 1935 já oferecia aos fotógrafos estas pos ­ sibilidades. O fato, porém, é que per ­ sistiu até recentemente a idéia de que existia uma lente normal para a maio ­ ria das fotografias e, depois, certos acessórios para casos especiais ou fo ­ tografias especiais, de efeito etc, Êste fenômeno está patente nos trabalhos de Cartier-Bresson, por exemplo, que na maior parte das vêzes usa a cha ­ mada “ lente normal ” e dificilmente utiliza os acessórios. Mas êsse concei ­ to está tecnicamente alterado, hoje, pois tôda e qualquer fotografia é es ­ pecial, tôda e qualquer lente é espe ­ cial, todo acessório é especial. Por ­ tanto, a frase “ comprei uma máquina com lente normal, com visor normal e corpo normal ” não tem mais razão de ser. Por exemplo: agora, em minha mesa de trabalho, tenho uma máquina preta que é uma Nikon FTN com transporte motorizado e teleobjetiva cadiotrópica com grande capacidade de focalização a curta distância. Esta máquina preta é o meu dispositivo para vigiar o jogador Tostão. Isto é: com êste sistema, esta combinação, consigo fazer tudo o que me interessa sôbre Tostão num campo de futebol. Se meu desejo não é Tostão, mas al ­ go mais ameno, como por exemplo fazer retratos de garotas passeando pe ­ la rua Augusta, então é só retirar o motor do transportador de filmes e mudar a lente para uma tele média 85/1, 8. Porém se, numa terceira hi ­ pótese, desejo fotografar insetos, a combinação muda outra vez e vou usar um visor sem fotometro, um cor ­ po sem motor, uma micro-lente e um flash eletrônico embutido dentro da lente. Como se vê, em todos êsses casos não há razão para eu usar nenhum componente chamado “ normal ” . Cada uma das peças do sistema que eu uso está perfeitamente adaptada às finali ­ dades particulares para as quais as fo ­ tos estão sendo feitas. A conclusão de tudo isso é que dentro em breve será abolido o conceito de “ câmara ” , que será substituído pelo de "má ­ quinas-para-fazer-fotografias ” com possibilidades de fazer com que qualquer trabalho fotográfico se transforme em algo realizável e ao mesmo tempo seja facilitado. É bom lembrar, para terminar, que a avalia ­ ção de um sistema não é feita a partir desta ou daquela combinação de boa qualidade, mas das possibilidades de combinações (o seu número) e do proveito que se tirará dêsse campo. A Rollei produz câmaras fotográficas, projetores de slides, câmaras e projetores cinematográficos, além de vários tipos de flash portátil e para estúdio. Em todos, porém, três características: a simplicidade, a beleza e a qualidade Rollei. R ollei A fotografia é mais fascinante com ■ - AnúncioPublicitário R ollei Service Anúncio Publicitário Importadores H . SCNEIK ER S/A.