Revista Fotoptica Nº 41 - 1970 Biblioteca de Fotografia do IMS - Coleção Thomaz Farkas
FE IRA O CONGRESSO DE ÓTICA E CINE-FOTO EM PÔRTO ALEGRE; A FOTOGRAFIA NA EXPO-70; FESTIVAIS, CONCURSOS, LEILÕES. Arte, cara a cara A volta ao mundo com uma foto C ontraponto é o tema da exposição de fotografias artísticas no pavilhão da Kodak na Expo-70, em Osaka, Japão. Para apre sentá-lo, o organizador Beaumont Newhall, museólogo e his toriador da fotografia, escolheu apenas 31 fotos de 26 fotó grafos e colocou a maioria delas em pares contrastantes. Assim, a rústica Monte Williamson Depois da Tempestade, de Ansel Adam, ficou ao lado da artificial Nova York à Noite de Bemiee Abbot; a sombria e tensa Olhar, de Goro Ike, está acompanhada da alegre e iluminada Assento, de Mario Giacomelli. Há apenas uma foto grafia isolada — Gêmeos Idênticos, um trabalho ameno da comu mente brutal e direta Diane Arbus — , porque aí a própria fotogra fia está em contraponto com sua obra. O tema geral é apresentado na entrada do pavilhão por um conjunto de quatro fotografias: Adão e Eva, de Frank Eugene; e Nu, Pimentão n.° 30 e Duas Con chas, de Edward Weston. — A justaposição da obra de Eugene e Weston — explica Newhall — retrata a evolução contínua da fotografia como forma de arte. Eugene, o mais velho dos fotógrafos apresentados, reflete ainda a influência da pintura sôbre a fotografia enqunto o Nu, de Weston, mostra o desenvolvimento autônomo da fotografia em busca de uma delineação própria da textura e da forma. Do mesmo modo, Pimentão n.° 30 e Duas Conchas dramatizam seus esforços para atingir a profundidade de compreensão, a unidade de ponto-de-vista e a vitalidade de apresentação que possibilitam ao espectador respon der e participar da experiência original. Fotógrafos ajudam fotografia C ento e cinquenta fotógrafos norte-americanos doaram 800 am pliações fotográficas para venda em galerias de arte, nos Estados Unidos, em benefício do Laboratório de Estudos Fo tográficos. O LEF é um centro de pesouisas e estudos com sede na cidade de Rochester, Estado de Nova York, sendo conside rado um dos mais importantes pontos de vanguarda da fotografia nos Estados Unidos. Ê dirigido por Nathan Lyon, que foi vice-diretor do museu George Eastman House, o acervo mais importante da fo tografia histórica e contemporânea do país, e talvez de todo o mundo. P ara atravessar o Atlântico sem despesas, basta inscrever-se no Grande Concurso Kodak. Ele foi organizado para premiar as melhores fotografias de paisagens, gente, natureza e efeitos especiais realizadas no Brasil. Os primeiros colocados recebe rão filmadoras Kodak, e os 30 melhores originais selecionados se rão enviados ao Concurso Internacional “ Côres e Sorrisos do Mun do ” , cujo prêmio é uma viagem de volta ao Mundo, pela Air France, para duas pessoas. O concurso não têm limitações para os concorrentes: podem man dar quantas fotos desejarem para o Departamento de Promoções de “ A Tribuna ” , na rua General Câmara, 90 — 2.° andar, Santos ou para Kodak na Av. Brigadeiro Luiz Antônio, 543 com srta. Ana Luiza, em São Paulo. Um aviso: não poderão concorrer as fotogra fias coloridas à mão, ou foto-montagem. Vamos ao Festival E stá marcado para 21 de outubro próximo o início do 10.° Fes tival Mundial do Filme Amador e Independente, de Huy (Bél gica), promoção do Camera C l ub e do Lions Club da cidade, para filmes de 8, super 8 — 9,5 e 16 milímetros. Os filmes da classe “ amador ” , sem distinção de formato, mas com duração máxima de 30 minutos, serão divididos em 3 grupos: “ ficção ” , com enredo determinado; “ realidade ” , para documentários e reportagens; “ experimental e abstrato ” , para filmes alegóricos ou irreais, inspira dos por poemas, sentimentos, temas filosóficos ou músicas. A catego ria “ independente ” — só para filmes de 16 milímetros — é para os não-profissionais que possuam qualidades técnicas e artísticas de ní vel superior, e que através do Festival ganham uma chance de entrar nos Saiões de Arte, Cinematecas e cadeias de televisão. As inscrições podem ser feitas até o dia 15 de setembro com o secretário Robert Danze, 37, chaussée de Waremme, 5200 HUY, Bélgica. O museu de um homem só E m Munique, Alemanha Ocidental, acaba de ser inaugurado um Museu Fellini. São 12 salas cobertas com fotografias de seus filmes e de seus atores favoritos — Marcello Mastroiani, Giu lieta Masina, Anita Ekberg e outras — , além de uma sala de projeção onde só se exibe o que é de Fellini. A próxima obra a se incorporar ao museu, porém, não será de cinema. Fellini acaba de preparar uma série de cinco programas de televisão, cujo tema foge ao de seus filmes: é o próprio Fellini. — Para mim — explica êle — televisão era como jôgo de futebol: nunca me interessei. Agora descobri que posso fazer da televisão uma coisa que me pertence: contando histórias, fazendo fantasia, con versando sem parar, sem inibição, como se fôsse com os amigos. Fotografia no martelo O segundo leilão de material fotográfico da Galeria Parke-Bernet de Nova York (uma das mais famosas galerias de arte do mun do), rendeu 61.870 dólares. Um colecionador francês pagou 1.400 dólares por uma série de sete fotos (20 x 28) do ameri cano Timothy O ’ Sullivan. Fotos sôbre o “ Far-West ” . Um portfólio de autor desconhecido foi vendido por 5.400 dólares; um “ daguerreo type ” de R. H. Vance mostrando cenas de 1854 das ruas de São Francisco alcançou 540 dólares. No primeiro leilão, em 1967 a ren da foi de 17.865 dólares e um livro com ilustrações fotográficas sôbre a Guerra Civil Americana foi vendido por 1.300 dólares. Este mesmo livro foi leiloado agora, atingindo 5.200 dólares. Nos Estados Unidos há outras galerias, algumas particulares, que realizam constantemente leilões de material fotográfico. 4
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