Revista Fotoptica Nº 44 - 1970 Biblioteca de Fotografia do IMS - Coleção Thomaz Farkas
serraria um pedaço de madeira, de mármore, um monte de concreto, de pedregulhos, de palavras, ou um barbante. É que não usamos nada como representação, nem mesmo a fotografia". Fotos de plantas, verduras, frutas, bois e outros bichos têm salão no Estado do Rio A Secretaria de Agricultura do Estado do Rio de Janeiro já pre parou o regulamento para quem quiser participar do II Salão Fluminense de Arte Fotográfica da Agropecuária. O tema: motivos da agricultura e pecuária do Estado do Rio, cada expositor podendo apresentar até 4 fotografias em prêto e branco de 30x40 cm e 4 coloridas, entre 18x24 e 30x40 cm. O último dia para a entre ga dos trabalhos é 30 de novembro e êles devem ser remetidos como impressos registrados ao II Salão Fluminense de Arte Fotográfica da Agropecuária, a/c do Dr. Antônio Carlos Schott de Souza. Secre taria de Agricultura e Abastecimento, alameda São Boaventura, 770, Niterói (RJ). Para o melhor filme, boa viagem C omeça no dia 23 de novembro o 6.° Festival Brasileiro de Ci nema Amador Jornal do Brasil/Light. Concorrerão duas cate gorias de filmes: os didáticos (com um máximo de 15 minutos de duração) e os de apresentação (até 30 minutos). Os vencedores receberão uma passagem Rio-Europa-Rio e Cr$ 15.000,00. Exposição bem diferente: as fotos não aproveitadas N oventa e duas fotografias inéditas, da equipe de fotógrafos da revista Paris Match, serão expostas em Santos, de 30 de outu bro a 10 de novembro. A iniciativa é do Departamento de Promoções do jornal A Tribuna e da Sectur. Nenhuma das fotos apresentadas foi aproveitada nas matérias publicadas pela revista. Depois de Santos, a exposição deverá ir ao Rio de Janeiro. Paquito tinha um lado triste e outro alegre. Um cjja viu que queria a liberdade D epois que arrumou emprego no Senac como repórter foto gráfico (há uns seis anos) e começou também a pintar e dese nhar, Paquito — Francisco José Freire Barroso — viu que tinha um lado alegre e outro triste. Com o primeiro, fazia pintura. Com o segundo, desenhava favelas e meninos pobres. Era a infância em El Perrol Dei Caudillo, cidade espanhola da província de La Co ruiia, onde nasceu. Em sua terra, Paquito féz o curso clássico da Escola de Artes e Ofícios e depois foi ajudante de laboratório de uma empresa foto gráfica, até 1956, ano em que veio para o Brasil. Hoje, com 32 anos, 14 de São Paulo, êle já apareceu em nove exposições coletivas e uma individual. Sempre pintura e desenho — a fotografia era em prêgo para sobreviver. Até que um dia Paquito resolveu juntar tudo: pintura, desenho e fotografia. Então fêz sua segunda exposição indi vidual, no Centro Desportivo e Cultural Carlos de Souza Nazareth, do Sesc, em outubro. São trabalhos feitos com os conhecimentos mais simples e delicados de laboratório: às vêzes um amontoado de favelas, ou uma paisagem bucólica, ou uma pomba voando. Tudo simples como Paquito. E êle não sabe se é desenho ou fotografia: pouco importa a definição. O importante é que conseguiu — como êle mes mo diz — transmitir um sentido de unidade nas coisas: “ Agora mos tro a realidade como eu vejo: nem colorida nem muito triste. Pa rece um mundo que pressente o gôsto de viver, a beleza nas coisas, e depois fica suspirando pela liberdade ” . Negócios à parte N o fim do mês de setembro, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos começou a investigar as acusações de que a indústria eletrônica japonêsa está inundando o mercado norte- americano de televisores, vendidos por preço mais baixo do que no próprio Japão. Um estudo apresentado pelo Departamento da Alfân dega, em 1968, afirmava que aparelhos de 19 polegadas, vendidos no Japão por 325 dólares no atacado, eram oferecidos aos importa dores norte-americanos por 175 dólares. Com isso, a metade dos tele visores em prêto e branco e um quinto dos televisores em côres ven didos em 1969 eram japoneses, o que vem prejudicando a indústria norte-americana. Mas o problema não é só com os Estados Unidos. A indústria alemã Rollei há anos vem perdendo nas vendas para suas rivais japonêsas, que colocam no mercado máquinas pela me tade do preço de uma Rolleiflex. No primeiro como no segundo caso, a vantagem do Japão é sempre a mesma: o baixo custo de sua mão de obra. Para vencer os concorrentes japonêses, a Rollei resolveu usar o mesmo recurso: está investindo 12,6 milhões de dólares em uma fábrica em Singapura, cuja produção será vendida no Extremo Oriente e nos Estados Unidos por um sexto de seu preço na Alema nha e por dois terços do preço japonês do mesmo nível. A tática não é propriamente nova. Os Estados Unidos mesmo a utilizam. Uma firma americana, a Signetics Corporation, transporta componentes para Seul, Coréia do Sul, onde êles são reunidos em circuitos integrados, que voltam para os Estados Unidos, e são introduzidos em computadores. A operação é econômica porque a Signetics paga 45 dólares mensais a um operário em Seul, contra 350 dólares que deveria pagar a um operário na Califórnia. O que há de nôvo nisso tudo é que a tática parece estar virando um movimento, onde Singa pura é a grande meta. Além da Rollei — no campo da indústria eletro-eletr ô nica — estão se dirigindo para lá a norte-americana Fairchild Camera and Instrument, de circuitos integrados; a italiana Società Generale Semiconduttori, de transistores; a holandesa Philips; e a Plessy, maior firma eletrônica da Inglaterra. Em todo caso, os japonêses parece que também vão agir. Seu pró prio desenvolvimento fêz com que os salários subissem em mais de 100 por cento entre 1963 e 1969. Nos últimos quatro anos, pelo me nos quarenta firmas japonêsas construíram fábricas de tecidos, com ponentes de computadores eletrônicos, eletrodomésticos e aparelhos de televisão em Taiwan (Formosa). Lá elas pagam um terço do sa lário que pagam no Japão. Mas as indústrias de material fotográfico ainda não começaram a viajar. Quando saírem do Japão, talvez pre firam a América Latina, muito provavelmente São Paulo, onde algu mas delas já têm até terreno comprado para construir suas fábricas.
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