Revista Fotoptica Nº 85 - 1978 Biblioteca de Fotografia do IMS - Coleção Thomaz Farkas
TRAILER DO VI SUPER FESTIVA De 16 a 20 de agosto será reali zado o VI Super Festival Nacional de Filme Super 8. Realizado pela Fotop tica e GRIFE — Centro de Estudos de Cinema e com o apoio da Embra filme, o Festival contará a partir des te ano com o patrocínio do Ministé rio da Educação e Cultura — FUNAR TE. Graças ao apoio do MEC, o Festi val terá desta vez uma série de ino vações. Assim, além do concurso propriamente dito, haverá um Semi nário de Estudos e Debates sobre Ci nema Super 8, que terá a participa ção dos mais importantes profissio nais de várias áreas da cinematogra fia brasileira. A sede do Festival será a FUNAR TE (Al. Nothman, 1058) e em seu au ditório serão projetados os filmes participantes do concurso. Nas ou tras dependências serão realizados o Seminário, encontros de realizado res e a projeção de filmes informa tivos. Após a seleção prévia, os filmes serão agrupados em quatro progra mas diferentes. E aqui entra a outra grande novidade: os filmes serão exibidos diariamente em sessões corridas, a partir das 14:00 horas. Com isso, espera-se facilitar ao má ximo a afluência do público e tam bém superar o número de espectado res dos Festivais anteriores. O troféu Fotoptica, criação de Djalma Sampaio 16 O QUE MUDOU NO FESTIVAL ESTE ANO. E UM PAPO COM ABRÃO BERMAN. O entusiasmo não diminuiu. Ao contrário: Abrão Berman está mais entusiasmado do que nunca. Com gestos vivos e rápidos, ele fala de mais esta realização — o VI Super Festival Nacional do Filme Super 8 — , onde espera que seja batido o re corde de participantes (no ano pas sado, 103 filmes foram inscritos no V Festival) . Abrão Berman é o proprietário do GRIFE (em seis anos de vida, apro ximadamente 2.500 alunos matricu laram-se nessa escola) e presidente do VI Super Festival de Cinema Su per 8. Na verdade, ele foi o realiza dor de todos os festivais. Por isso, não seria exagero dizer que ele cor porifica (e com vigor) a idéia do fes tival. Mas Abrão tem motivos para estar muito contente este ano: é que, gra ças ao patrocínio do MEC-FUNARTE, está sendo possível colocar em prá tica as melhores sugestões que vi nha recebendo durante a realização dos outros Festivais, tais como se minários, conferências, mostras in formativas e projeção dos filmes em sessões corridas. Com essas inovações, o Festival ganha maiores dimensões e o públi co mais facilidade para conhecer o trabalho dos realizadores. Desde que começaram os Festi vais, Abrão nota que houve uma grande melhoria técnica nos filmes participantes. No entanto, Abrão ain da acha que “ o pessoal está meio devagar em termos de abordagem, de procura de novas linguagens". Mas ele reconhece uma série de dificuldades: uma delas é o impro viso com que são feitos os filmes em Super 8 (muitos realizadores têm pouco tempo para se dedicarem aos filmes, devido a outras atividades). Outro motivo seria o medo que mui tos realizadores têm das possíveis reações do público, se tentarem uma linguagem mais ousada. Além dis so, Abrão sente que há falta de uma cultura cinematográfica mais ampla por parte dos realizadores. Mas não culpa ninguém, já que o acesso às experiências cinematográficas reali zadas fora do Brasil é muito difícil. E é pensando nesse tipo de proble ma que Abrão já possui uma nova idéia: ele pretende que a partir de 1979 o Festival seja internacional. Abrão faz questão de afirmar que nunca ganhou um tostão com a rea lização de festivais: “ Faço porque gosto de cinema, é a minha paixão ” . E pede cooperação: “ É importante o apoio de todos, sobretudo dos pró prios participantes do Festival. Por exemplo, é muito frequente, após a realização do Festival, surgirem re clamações dos realizadores contra uma das exigências do regulamento, que exige que os filmes sejam fei tos em 24 quadros por segundo. Ora, desde que existem os Festivais há essa exigência, pois isso propicia melhor som e melhor imagem. Além disso, os filmes serão depois exibi dos na tv. E elas só possuem equi pamentos para essa velocidade". Abrão acredita que o Festival é muito importante porque é a princi pal forma de exibição pública e, além disso, permite que o realizador co nheça a reação do público. Por outro lado, o Festival estimu la a criação de mais filmes e o sur gimento de novos valores. Abrão e o Festival: “ cinema é minha paixão".
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